Na clínica é comum pacientes após descobrirem a perda auditiva e serem indicados para o uso de aparelhos auditivos questionarem se é possível esperar para adquirir o aparelho ou se podem usar somente em momentos que sentem maiores dificuldade no seu dia a dia, como por exemplo em conversas em grupo ou ao falar no telefone.
Antes de tudo, é importante saber que o processo da audição é feito no cérebro e não nos ouvidos! As habilidades de processamento auditivo cerebral são funções do sistema nervoso central que nos permitem focar e entender a fala em situações de maior complexidade, como, por exemplo, conversar em ambientes ruidosos.
Por isso, com a perda auditiva, os pacientes sentem dificuldade na compreensão do que é dito, embora detectem os sons. Esse é o famoso “Ouvi, mas não entendi”.
Estudos realizados pela Universidade Johns Hopkins mostram que a perda auditiva leve não tratada duplica o risco de demência e pode aumentar em até cinco vezes nos casos de perda moderada, o que ocorre devido ao encurtamento das atividades cerebrais e à falta de estimulação adequada.
Portanto, a intervenção precoce e a estimulação diária no tratamento da perda auditiva devem ocorrer logo após o diagnóstico, assim como o encaminhamento médico. Isso deve ser feito para prevenir o comprometimento das habilidades auditivas e a limitação do tratamento que, quanto mais tardio, apresenta pior resultado e menor benefício ao paciente.
Por isso, os médicos e fonoaudiólogos enfatizam que é importante usar o aparelho auditivo ao máximo de tempo possível e não somente em momentos de dificuldade. Além disso, é de suma importância o acompanhamento com o fonoaudiólogo, que é o responsável pela reabilitação dos distúrbios de audição e comunicação.